quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Flexiteste

O Flexiteste é um método adimensional para a medida e avaliação da flexibilidade. O método consiste na medida e avaliação da mobilidade passiva máxima de 20 movimentos articulares corporais (36 se considerados bilateralmente), englobando as articulações do tornozelo, joelho, quadril, “tronco”, punho, cotovelo e ombro. Oito movimentos são feitos nos membros inferiores, três no tronco e os nove restantes nos membros superiores. A execução dos movimentos é feita em um sentido distal-proximal. Cada um dos movimentos é medido em uma escala crescente e descontínua de números inteiros de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores possíveis. A medida é feita através da execução lenta do movimento até a obtenção do ponto máxi mo da amplitude e a posterior comparação entre os mapas de avaliação e a esta amplitude máxima obtida pelo avaliador no avaliado. Habitualmente, o ponto máximo da amplitude de movimento é detectado com facilidade pela grande resistência mecânica à continuação do movimento e/ou pelo relato de desconforto local pelo avaliado.
A atribuição dos valores numéricos se dá sempre que a amplitude alcançada é igual a existente no mapa de avaliação.


Quando a amplitude alcança a posição 2 do mapa é atribuído o valor 2, permanecendo nesse valor até que a amplitude máxima obtida alcance o nível correspondente ao valor 3. Não existem valores fracionários ou intermediários, nem a medida é feita pelo valor que mais se aproxima. Normalmente, o teste só é aplicado no lado direito do corpo (somente em condições de uso extremamente díspares ou em condições patológicas acontece diferenças apreciáveis entre os dois dimídios corporais) e sem aquecimento físico prévio. O tempo de execução do teste varia de acordo com a experiência do avaliador e com as condições do avaliado, mas tipicamente situa-se entre três e cinco minutos, empregando uma seqüência modificada dos movimentos, na qual são minimizadas as mudanças de postura corporal.
A sequência adotada atualmente é, com pequenas adaptações em relação a proposta original: (deitado na posição supina) I, II, V; (deitado em posição pronada) III, VI, X, XI, XVII, XVIII, XIX, XX; (deitado em posição lateral) VIII; (sentado) IX, VI I; (em pé) XVI, XII, XIII, XIV, XV e IV

As medidas são geralmente avaliadas de acordo com a escala a seguir:
0 - Muito pequena;
1 - Pequena;
2 - Média;
3 - Grande e
4 - Muito grande.

Pela natureza da escala e pelo modo como foram propositadamente desenhados os mapas de avaliação, observa-se uma distribuição gaussiana para os dados, de forma que a tendência central é o valor 2, os valores 1 e 3 são menos freqüentes e os valores extremos, isto é, 0 e 4 são bastante raros. Dessa forma, muito embora a análise do Flexiteste possa e deva ser feita para cada um dos movimentos e/ou articulações, é válido somar os resultados obtidos nos 20 movimentos isolados e obter um índice global de flexibilidade ou mobilidade articular denominado de Flexíndice. Em adendo, com a natureza gaussiana das escalas de cada movimento e a global, é possível estudar todo o espectro da mobilidade, já que os valores extremos máximos - 0 e 80 pontos - nunca foram, na prática, obtidos. Dessa forma, não houve os denominados efeitos solo e/ou teto, que tanto dificultam a utilização clínica de certos testes mais simples.

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